Marido se alevanta e vai armá um mundé Prá pegá uma paca gorda prá nóis fazê um sarapaté Aroeira é pau pesado num é minha véia Cai e machuca meu pé e ai d´eu sodade Marido se alevanta e vai na casa da sua avó buscá a ispingarda dela procê caçá um mocó E que no lajedo tem cobra braba num é minha véia Me pica e fica pió e ai deu sodade Entonce marido se alevanta e caçá uma siriema Nóis come a carne dela e faiz uma bassora das pena Ai quem dera tá agora num é minha véia Nos braço de uma roxa morena e ai d´eu sodade Sujeito te alevanta e vai na venda do venderão Comprá uma carne gorda prá nois fazê um pirão É que eu num tenho mais dinheiro num é minha véia Fiado num compro não e ai d´eu sodade Entonce marido se alevanta e vai na venda do venderim Comprá deiz metro de chita prá fazê rôpa pros nossos fiim Ai dentro tem um colchão véio num é minha véia Desmancha e faiz umas carça prá mim e ai d´eu sodade Disgramado se alevanta e deixa de ser preguiçoso O homi que num trabáia num pode cumê gostoso É que trabáia é muito bom num é minha véia Mas é um pouco arriscoso e ai d´eu sodade Entonce marido se alevanta e vem tomá um mingau Que é prá criá sustança prá nóis fazê um calamengal Brincadêra de manhã cedo num é minha véia Arrisca quebrá o pau e ai d´eu sodade Marido seu disgraçado tu ai de morrê Cachorro ai de ti lati e urubu ai de ti cumê Se eu subesse disso tudo num minha véia Eu num casava cum ocê e ai deu sodade Colaboração: Marcos A. D. Barbosa Coronel Murta/Vale do Jequitinhonha [email protected]