E há um tempo atrás eu descobri Que não estávamos sós E eu vi nascer dentro de mim Uma nova voz que me guiou. E eu também descobri que todos nós Fazemos parte de um todo E que se formos capazes de nos organizar E entre nós nos completar, Viveremos, prevaleceremos aqui, Como sempre foi. Procurei outro caminho percorrer Mas nem de longe pude ver alguma salvação pra mim. E mesmo temendo eu me entreguei, Fiz o que tinha que fazer, Me desfiz do velho eu. E agora... Dói... Saber que não vai ser como já foi, Que não existe cura para nós, Que o amanha talvez não seja o depois Nesse loop eterno de repetições De idas e vindas sem lembrar, De uma samsara que protege ao apagar Que talvez sejamos frutos do acaso E o nosso arquiteto já esteja enterrado. Existem outras vidas, E os que lembram são chamados de loucos, Mas só os loucos são chamados. Não, eu não espero aprovação muito menos qualquer perdão, Pois só sigo o que sinto ser minha missão. E eu me escutei, não sei se foi o certo Mas agora de nada adianta, Porque o velho homem morreu em mim. E os que sobram são caçados aos poucos.