Sou feito gato que a prisão detesta Aprecio uma seresta mas não sei cantar Eu sou poeta, gosto da viola Tiro verso da cachola, e também sei Dançar Minha cartilha vem das minhas rimas Aprendi a fazer verso ao ser compositor Minha equação diz quando se tá junto Menos um não sobra nada ao se tratar De amor Sou resultado de uma conta exata Menos um eu sou eu mesmo, mas sei Dividir E essa convivencia é minha escola Aprendi que tudo é pouco, e o pouco, Repartir Por isso tenho o peito vagabundo Apesar de todo mundo vir se aproximar Eu tenho todos mas não tenho nada Guardo minha liberdade pra ninguém Roubar Pois o poeta que se prende chora Transforma lágrima em verso pra depois Cantar E como gato sou malandro, vadio Mas as vezes no meu peito, tão frio Falta acalanto, mas não deixo o meu Pranto escorrer pelo chão Faço da noite a minha companhia Do sereno a melhor sinfonia E do luar ispiração pro meu poema em Forma de canção