Intro: Toda vez que embriagava no buteco do Tiburço ele sempre me falava: com você não tem ) Recurso. A molecada reunia para ver o pinguço. Eu ali cambaleando, logo caia dibruço. Quando eu chegava em casa encontrava no portão a mulher muito nervosa com a vassoura na mão. Me mandava entrar depressa, eu ia de mão no chão. Ela deitava na cama, eu debaixo do colchão. Nos caminhos desta vida, muitas pingas já tomei. Entre copos e garrafas muitas noites já passei. Deitado na calçada certo dia acordei. O sol tava bem alto me chamaram levantei. Todo sujo de poeira com a garrafa na mão, vi uma mulher chorando quis saber qual a razão. Eu choro por tua causa seu grande beberrão. Quem matou o meu marido foi a pinga com limão. Hoje passo lá na rua, o buteco tá fechado. Sô Tiburço já morreu, há tempos foi enterrado. Depois que deixei da pinga estou recuperado. A todos que me ajudaram, deixo o meu muito obrigado. Depois que deixei da pinga muita gente me estranha. A família tá feliz, a mulher está risonha. Homem que bebe cachaça deita, ) dorme, mas não sonha. Perde o amor, perde a saúde, o dinheiro e a vergonha.