Quando eu morrer... Eu não vou querer fita rosa, Amarela gravada com nome de ninguém Não vou querer enterro na lapinha, Nem ao menos padre pra dizer amém. Abro mão da almofadinha e do paletó, Além da batucada de bambas ao meu redor Quando eu morrer, não quero choro, não quero vela, Não quero adorno, não quero ela, eu não quero é ver... E pode ser que seja em breve, mas também, Pode ser que isso leve mais de cem, vai saber... Quando eu morrer quero sossego, Quero o eterno inteiro na presença de deus... Quero ouvir o cântico dos cânticos. Quero tudo aquilo, que se prometeu... Pois, quando eu morrer, Eu não vou poder me fingir de morto Pra ver o que se passa Não quero ver quem vai beber: O meu café, minha cachaça. Viro a cara pra essa vida como ela é... E para as novas paqueras da minha mulher... Quando eu morrer, eu não quero ver a hora, Nem saber do dia, nem lembrar de aurora, Nem comer Maria. Adeus ao prazer... E pode ser que seja em breve, Mas também pode ser que isso leve mais de cem, vai saber... Quando eu morrer quero sossego, Quero o eterno inteiro na presença de deus... Quero ouvir o cântico dos cânticos. Quero tudo aquilo, que se prometeu... E Jesus prometeu coisa melhor...