Intro Nesses dias cinzentos, sem paz Sem alento, sem margem de acerto Vi seus filhos brincando com o tempo Comendo poeira, bebendo vazio E a amargura escondida num falso sorriso Sintético esplendor Vi matar inocentes, lavando tais crimes Num mar de retórica Corações levantando o tapete da vida Escondendo seus monstros e a menina brincando na esquina de dama da noite Vendendo esplendor Seu eu amasse mais como amou você Se eu vivesse mais o que disse você Se eu ousasse mais falar de você Eu veria brilhando nos olhos dos homens o seu esplendor Nesses dias vermelhos de sangue de irmãos Ruas tristes, perigos Vi o enxame dos bares, frieza nos lares Ficamos sozinhos E o sentido da vida perdido, esquecido Se foi o esplendor Feito um personagem, perfeita miragem Por trás, um hipócrita Vi calar no meu peito a voz dos pequenos Morrendo de fome O que fiz dos meus dias? a casa da noite Perdi o esplendor