Se ao menos houvesse um dia luas de prata gentia nas asas de uma gazela e depois do seu cansaço procurasse o teu regaço no vão da tua janela. Se ao menos houvesse um dia versos de flor tão macia nos ramos como as cerejas e depois do seu outono se dessem ao abandono nos lábios quando me beijas. Se ao menos o mar trouxesse o que dizer não me esquece nas crinas da tempestade, as palavras litorais, as razões iniciais, tudo o que não tem idade. Se ao menos o teu olhar | desse por mim ao passar | como um barco sem amarras, | este fado onde me deito | (2x) subia até ao teu peito | nas veias duma guitarra. | J. CHAVES ROSA [email protected]