Intro: Toca gaiteiro esta vaneira ligeira Sou fandangueiro e tenho confiança no taco Gosto dum tranco de levantar polvadeira De arrancar toco de fazer soltar cavaco Ando num mundo meio solto, sem buçal Desci arisco no cabo de uma vaneira E o serviço que mais é braçal Dançar com as prendas num surungo a noite inteira Toca gaiteiro não te micha neste fole Que corpo mola dá na vista do patrão Pois não existe coisa melhor neste mundo Que um surungo e um fandango de galpão Solo Trago no ombro meu pala branco atirado E as minhas botas bem lustrosas de picanha Na minha cabeça chapéu grande e desabado E numa guampa um meio litro de canha Chego disposto a botar fogo no farrancho E a bater casco no fandango da Tibúrcia Mostrar quem dança num chão batido de rancho E a mulherada conhecer o tatu que fuça Eu gasto taco num surungo a noite inteira Abano a saia que se acolhera comigo Saio com o peito cutucado de madame E a fivela bem lustrada de umbigo E quando o Sol braseia as frestas do oitão A gaita véia suspira e para num upa Deixo as gurias e me despeço dos amigos E vou me embora com minha prenda na garupa ()