Ontem, ao luar, nós dois em plena solidão, tu me perguntaste o que era a dor de uma paixão. Nada respondi, calma assim fiquei, Mas, fitando o azul do azul do céu, a lua azul eu te mostrei... Mostrando-a a ti, dos olhos meus correr senti uma nívea lágrima e, assim, te respondi. Fiquei a sorrir por ter o prazer de ver a lágrima nos olhos a sofrer. A dor da paixão não tem explica...ção, Co-mo de-fi-nir o que eu só sei sentir. É mister sofrer pa-ra se sa-ber o que no peito o cora-ção não quer di-zer. Pergunta ao lu-ar, travesso e tão ta-ful, de noite a chorar na on-da to-da azul. Pergunta, ao lu-ar, do mar à can-ção, qual o mistério que há na dor de uma paixão. Se tu de-sejas saber o que é o amor e sentir o seu calor, o ama-ríssi-mo travor do seu dulçor, so-be um monte á beira mar, ao lu-ar, ouve a onda sobre a arei-a a lacrimar. Ouve o silêncio a falar na so-lidão de um ca-la-do co-ração, a pe-nar, a derramar os prantos seus. Ou-ve o choro pe-renal, a dor si-lente, universal e a dor maior, que é a dor de Deus. Se tu queres mais saber a fonte dos meus ais, põe o ouvi-do aqui na rósea flor do co-ra-ção, ouve a inquietação da merencória pulsação... _ busca saber qual a razão por que ele vive, assim, tão triste a suspirar, a palpitar, em deses-pera-ção, a teimar, de amar um in-sensí-vel co-ra-ção, que a ninguém di-rá no peito ingrato em que ele está, mas que ao sepulcro, fa-talmen-te, o le-va-rá. Cifrada por Roberto Crescioni [email protected] Bauru, 30 de outubro de 2011