Lá de longe, era um alazão domado Um asfalto enfumaçado, uma névoa que aqui não vem Foi chegando como um universo desquerido Um garrote mal parido Perdido como ninguém E aqui bem perto ficou, Me botou de quatro, amor Me deixou amasiado com cara de boi lavado cantando pra ti, feliz! Nem no brejo que nasci Coisa igual assim senti Era um tapete voador Coisa de nosso senhor Correndo à vela de aprendiz Foi passando como uma agulha num palheiro Que correu o mundo inteiro De dezembro a janeiro, meu bem Foi-se embora, redemoinho de torpor Uma flecha, um tambor E uma saudade também... E hoje guardo na lembrança Como uma fada, uma criança Uma cantiga e um respeito Num pedaço do meu peito Um temporal e uma maré Reisado feito com fé Uma viola sem encosto Lágrima feliz no rosto Saudade... E hoje guardo na lembrança Como uma fada, uma criança Uma cantiga e um respeito Num pedaço do meu peito Um temporal e uma maré Reisado feito com fé Uma viola sem encosto Lágrima feliz no rosto Saudade...