olha, guri ! repara o que estás fazendo, depois que fores é difícil de voltar; passei-te um pito e continuas remoendo, teu sonho moço deste rancho abandonar. olha, guri ! lá no povo é diferente, e certamente, faltará o que tens aqui; eu só te peço: não esqueça de tua gente, de vez em quando, manda uma carta, guri. se vais embora, por favor não te detenhas, sigas em frente e não olhes para trás; assim não vais ver a lágrima insistente, que molha o rosto do teu velho, meu rapaz olha, guri! prá tua mãe, cabelos brancos, e pra este velho que te fala sem gritar; pesa teus planos, eu quero que sejas franco, se acaso fores, pega o zaino pra enfrenar. olha, guri! leva uns cobres de reserva, pega uma erva pra cevar teu chimarão; e leva um charque, que é pra ver se tu conservas, uma pontinha de amor por este chão