Diz-me ó lavrador Quem te deu teu pé de meia Diz-me se na tua terra Se vive à luz da candeia E quando à tardinha Estando seco o teu suor Te sentas à mesa Dando graças ao Senhor Diz-me ó lavrador Quem te deu o teu arado Quando pra viveres Vais e vens sulcando o prado São esses largos sulcos Que fazes na tua vida Que te fazem ver enfim Que na altura em que parares Cairás Diz-me ó lavrador Quem te estende a mão amiga Diz-me se as tuas palavras Soam como uma cantiga Que soprado ao vento Vai morrendo mais além Sem que o mundo egoísta Faça esforços para ouvir Diz-me ó lavrador Quem te deu o teu arado Quando pra viveres Vais e vens sulcando o prado São esses largos sulcos Que fazes na tua vida Que te fazem ver enfim Que na altura em que parares Cairás