Intro: Anos noventa no venta aqui A umidade congela os ossos A quem quer que seja Ronca o mate com carqueja Empurramos a vida com a pança E vamos nesta dança sempre tão normal ( ) ( ) Anos noventa 'cê tenta que A carne é fraca E o coração fraqueja Os dinossauros vigiam a igreja Formigas na trilha do varal O homem sempre tão igual Sempre tão igual Anos noventa 'cê 'guenta que Cara, tem água nova para o chimarrão Na garagem jorra uma distorção febril Sorriso lindo do moleque sem dente Rabiscos de um lugar decadente Oh, tristeza... Anos noventa 'cê pinta aqui O mercado expele peixe sem parar Tem tanta coisa suspensa, noir Eu quero o beijo da menina solta Que bebedeira! É tudo faz de conta! De conta... ( ) ( ) Anos noventa 'cê pensa que Acurturado curte sua "curtura" E tanta gente cheia de mesura Anos noventa te senta que São tantos copos que o navio já adornei E dos meus amigos eu já nem sei Meu bem, agora é tudo internet Não me toque e não te mete Mas vem ficar comigo Vem pra cá deixa pra depois o acerto O sonho aqui é vermelho e preto Joga a pelota que diploma já é mero bel-prazer Prazer é todo meu em te conhecer Essa cuíca tá milongueando histórias mil Só não sei de quando De quando ... ( ) Anos noventa quarenta que Sumiram com Simões só sobrou Ali a babar Nem cheiro, nem retoço nem restos do almoço A idade chega e não dá moleza Adeus, Rouget, só me deixa a mesa Anos noventa apita o trem e não vem ninguém Só segue os trilhos se a ti "convém" E vamos dar um rumo nesta prosa E dizer que a vida pode ser generosa A vida pode ser uma bandeira A vida pode ser uma saudade A vida pode ser derradeira A vida pode ser uma cidade