Meu violão é um cavalo Bicho afoito, livre e ligeiro Meu violão é um cavalo Bicho afoito, livre e ligeiro Sem rédea, sem eira, nem beira, nem cela Meu companheiro, só te conquiste aquele Que no galope das cantigas Usa o chicote dos versos claro caminho Pro homem, seu passageiro Quando monto teu pelo nu E me agarro em tuas crinas Quando monto teu pelo nu E me agarro em tuas crinas Sou ponta furando a vida E por ser a que vai na frente É a primeira a se gastar Mas todo entrave é o atrito Onde novamente a ponta da faca vai se afiar Sou cantador de um incêndio maior que o fogo do sol Sou cantador desse incêndio maior que o fogo do sol ( ) Porque transformo e transmito Qualquer dor que me deixa Um travo amargo, a voz rouca Toda a paixão que devora Minha emoção como louca Toda alegria que abre um largo riso em minha boca Num instante uma cantiga ( ) ( ) Sou cantador dos açudes, dos rios e oceanos Percorro a terra e os ares Sem ter o rumo traçado Qual feito nuvem cigana Ferro com minha palavra violão e cantoria A vida e seus desenganos Ferro com minha palavra violão e cantoria A vida e seus desenganos ( )