No canto das toscas paredes Armadas as redes crianças dormindo Farejando a caça na toca O cão se sufoca Inquieto latindo A Lua afagando a mata Com um brilho de prata a leste saindo No toco onde a coruja pia repousa a cutia seus raios luzindo É esta hora sertaneja que o velho deseja quando recordar Pois ele habitou o sertão e tem um coração amando por la Aprendeu a amar natureza, zelou tão bem seu pomar E até o pó da seca terra que levou a guerra aprendeu amar No instante da linda alvorada após a madrugada viu o nascer do sol Na entrada do oco do ninho pousa de mansinho e canta o rouxinol Na beira do rio corrente via saliente o curvo caracol No campo quantas flores belas, rosas e amarelas como o girassol É esta hora sertaneja que o velho deseja para retornar Á terra que lhe deu a vida e após a partida pra longe do lar Aprendeu a cultivar a terra e soube dela retirar A massa que o mundo alimenta e a sombra acalenta seus filhos no lar Morando na grande cidade se sente um covarde vendo arranha.céus Milhões de vozes soam em peso é como viver preso em grades de fel Servindo cimento dosado sendo observado parecendo réu E ao rosto triste envergonhado, molhado e suado não cobre o chapéu Recorda a hora sertaneja que o velho deseja para trabalhar A foice dobrando a madeira, o cavalo em carreira, a enxada e a pá Reconhece o valor do nordeste e sonha em breve regressar A terra onde a seca é feroz e que não tem algoz para o maltratar No canto das toscas paredes armadas as redes crianças dormindo.