Introdução: Há tantos quadros na parede Há tantas formas de se ver o mesmo quadro Há tanta gente pelas ruas Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra Ninguém = ninguém Me espanta que tanta gente sinta (se é que sente) a mesma indiferença Há tantos quadros na parede Há tantas formas de se ver o mesmo quadro Há palavras que nunca são ditas Há muitas vozes repetindo a mesma frase: Ninguém = ninguém Me espanta que tanta gente minta (descaradamente) a mesma mentira Todos iguais Todos iguais mas uns mais iguais que os outros Há pouca água e muita sede Uma represa, um apartheid (a vida seca, os olhos úmidos) Entre duas pessoas Entre quatro paredes Tudo fica claro Ninguém fica indiferente Ninguém = ninguém Me assusta que justamente agora Todo mundo (tanta gente) tenha ido embora Todos iguais Todos iguais mas uns mais iguais que os outros O que me encanta é que tanta gente Sinta (se é que sente) Ou Minta (desesperadamente) Da mesma forma Todos iguais Todos iguais mas uns mais iguais que os outros tão desiguais... tão desiguais...