Sou gaúcho e me comparo com uma argola de laço Saio da mão do patrão me esparramando no espaço Voar na guampa do bicho sem receber um chifraço Eu tenho outros valores sou o rei dos trovadores não é só isso que Eu faço Eu também sou que nem faca na mão do homem valente Que para certos contrários se torna meia imprudente Se vai trocando de mão e avançando pra frente É a chave de respeito e abre a porta no peito do coração do vivente Também sou que nem revolver marca do lado direito Que anda sempre azeitado para sinal de respeito Arma forte e perigosa no coração do sujeito É marca grande sem medo que só no puxar do dedo já deixa o defunto Feito Eu também sou que nem cachorro amigo de estimação Que o dono dorme no leito e seu amigo no chão E nas horas de perigo está sempre de prontidão E pouco se considera que ele se avance numa fera para defender seu Patrão Também sou que nem a cinta que foi feita pra servir A companheira da calça que o homem têm que vestir Para qualquer um lugar que o homem tiver que ir Ela aperta na barriga em qualquer susto de briga não deixa a calça Cair Mas também sou um poeta que trouxe o dom natural Que faz da memória um canto e faz do verso bagual Com debelaria de touro tratado na capital Já vivem trocando orelha pra ver se fazem parelha mas porém não Fazem igual