Se vida é ter a gente a alma retida No cárcere do corpo de tal sorte Que a ele fique assim sempre rendida Então a vida não é vida, é morte! Se morte é o eximir-se a alma do forte Grilhão da carne alando-se em seguida Para o alto céu num rápido transporte Então a morte não é morte, é vida! Se vida é, da alma, a escravidão que a humilha, Treva que envolve a estrada que palmilha; Se morte é a mutação de sua sorte E a volta sua, livre, à luz perdida Por que esse apego que se tem à vida? Por que esse medo que se tem da morte? Por que esse apego que se tem à vida? Por que esse medo que se tem da morte?