Premonição do tempo Pra quem dorme no relento A chuva se chega antes Mesmo de precipitar Quem janta pastel de vento De argamassa e de cimento Sabe se o concreto é próprio Pra colher ou pra plantar Elétron pré-organismo Vivência antes da história E se o que era achismo Vira parte da memória? Janela verde, tempo bem leve De amarelo o vento ria Euforia de criança Numa ponta de areia E o trem que já nem roda arrendondando a melodia Sei que tinha meninada E o rio onde mãe ia Onde guri não nadava Mas todo guri caía Era só medo, era só lenda, Era onde o sol nascia