Meu mouro fareja longe um aguaceiro E viso a manga d'agua no corredor Meu poncho salta da mala Feito um rancho sobre o lombo O sombreiro se desaba E da aba pinga agua Meu rumo é direito as cassa Onde mora minha flor (as aguas saltam da caixa Da sanga que era mansa e se revoltou E a cavalhada perfila De contra um aguaceiro que se desaguou) Isso é uma cena de campo Num dia que o céu desaba Matando a sede antiga desse meu rincão Mas o poncho se encharca E já avisto a cancela Num rancho onde abriga o meu coração Por certo a linda me espera cevando um mate Jujado de boas vindas e bem querer Nos braços um doçe abraço Carregado de carinho Teus olhos minha morena Que a lua banhou serena Onde afogo minhas penas Que me basta pra viver