Eu vira no Ipiranga Elvira Elvira do Ipiranga eu vira lá Elvira mora lá no centro e o mundo está tão perto Mas tudo está deserto pois ninguém a vê Eu vira a mulher na rua e sua vida é um papelão Separa cata e vende o que vê no chão Elvira ninguém canta ninguém olha ninguém quer Eu vi lá no Ipiranga margens flácidas de mulher brincos e miçangas vestidão até o pé Elvira hippie ranga o que Deus lhe der Elvira puxa um carro e anda a pé Que sangra em calo e nunca perde a fé E junto ao coração carrega a sua cruz de malta Elvira do Ipiranga dorme ao léu Se vira não se zanga e pede ao céu Que o papelão de cada dia ) Nunca esteja em falta Menina foi na escola um tempo e viu o be-a-bá De coisas que mais tarde não iria usar Elvira teve casa e lembra que não nasceu assim E teme ver seus pais vivendo um mesmo fim Elvira bem podia tomar uma pra esquecer Mas junta o que ganha prum futuro qu’inda crê E sonha reciclar a vida e um dia poder ter Chuveiro mesa cama um barraco uma TV