Sentado no canto do rancho tristonho Meu pai tirou tentos da lonca dos sonhos Nas mãos calejadas, nos dedos seguros Forjava os arreios do pingo futuro O banco era o trono, meu pai era o rei E o pampa o reinado onde me criei Meu pai me ensinou que a guerra é cruel Castiga inocentes que nada fizeram E que chamam covardes aos que não quiseram Perderem suas vidas em troca de nada Meu pai me ensinou que o homem só vale Pelo que ele é Mas meu pai se foi um dia e levou minha alegria de piá Que levantava cedinho pra cevar seu chimarrão E lhe beijava com carinho no momento da benção Mão direita no porongo lhe entregava o coração.