Intro: Quero, na verdade, um canto Que me dê um canto pra me aconchegar Quero, na verdade, ser E não parecer, não me acostumar Quero a curva de um rio Os céus de abril, garoa de verão Quero grafar os meus verbos Ter os meus provérbios, saber dizer não Se isso diz pouco de mim Espero que diga muito de você O certo sempre encontrar um fim O que fica é o incerto O mais-do-que-se-vê Quero um batuque nego Sem muito floreio, porque brasileiro Quero viver de chamego Mas sem desapego, se puder, dinheiro Mas se não puder, aceito E mato no peito a situação Dou-me ao luxo do desleixo Te derrubo o queixo, te aperto a mão.