Olhando o verde da taipa do mate E a chuva mansa na tarde de outono Percebo o tempo num cruel combate Dobrando a vida por senhor e dono A quantas noites ilusões perdidas Em quantos dias sem a luz da aurora Quantos janeiros consumindo vidas E quantos sonhos são jogados fora. Se eu percebesse o quanto era fugaz A chama tênue da minha mocidade Em vez da dor eu curei a paz Em vez da mágoa, a felicidade. Naquele tempo de tantos desvelos Faltou-me tempo pra nadar no açude Hoje que a vida branqueou meus cabelos Me sobra tempo e falta juventude Faltou-me tempo para os que me amaram Tanto que a vida os afastou enfim E as velhas penas sem quartel deixaram Só o tempo escasso a zombar de mim. Se eu percebesse o quanto era fugaz A chama tênue da minha mocidade Em vez da dor eu curei a paz Em vez da mágoa, a felicidade. Se eu percebesse o quanto era fugaz A chama tênue da minha mocidade Em vez da dor eu curei a paz Em vez da mágoa, a felicidade.