O barco vai levando o corpo do meu pai rumo à despedida imprevista que um dia desejou. Com o alvorecer os convidados sofrem com o sol e condolentes ficam, nos afagam, não precisam derreter. Eu continuo a rir. Eu nado por aí. Respiro praticamente sozinho. Sim, a tristeza faz parte das aventuras que, errante, o passo tece. Eu continuo a rir. Eu nado por aí. Respiro praticamente sozinho. O que a brisa traz, o que o tempo refaz: cada instante em braços de paz. Vou, navegante, sem ter velas ou timão. Basta o som das pedras pra guiar a direção. Só agora eu entendo: todo mas é um pouco de ré- médio ou a dose de um veneno. Eu continuo a rir. Eu nado por aí. Respiro praticamente sozinho. Sim, a tristeza faz parte das aventuras que, errante, o passo tece. Eu continuo a rir. Eu nado por aí. Respiro praticamente sozinho. O que a brisa traz, o que o tempo refaz... (ad infinitum).