Aquela casa de paredes barreada Lá na beira da estrada, já não tem morador Há quanto tempo ela esta abandonada Uma tapera largada, poucos sabem o seu valor Sabe seu moço, quem morava dentro dela Levando a vida singela, era um roceiro feliz Saindo cedo pros caminhos do roçado Hoje conto seu passado, assim o destino quis... Faz muito tempo o dia certo eu não me lembro Mas foi num mês de setembro, em uma tarde de sol A codorninha piava lá na paiada E a poeira avermelhada rodava em caracol Lá na baixada as batidas da porteira Na estrada boiadeira ecoava o chapadão E aquele moço começava uma viagem Levando fé e coragem em cima de um caminhão Trocando a vida do sertão por uma cidade Obrigando a vontade o matuto despediu Deixou no rancho seus costumes de caboclo Pensando ter muito pouco naquela beira de rio Tem certas coisas que se passa com a gente Quando muda de repente na sorte que Deus nos deu Sabe seu moço, esse mundo é uma escola A enxada é uma viola e o roceiro sou eu