(intro) Não é de fora que a nave vem É de dentro do peito que a nave sai É de dentro da gente que a nau inaudita Habita, repousa, amor e hidrogênio Silêncio, saudade, soluço, selênio A nau permanece mesmo quando vai Secreta se curva, dá a gota, se agita Se eleva no ar, resplandece e cai A nave que é mãe / que é filho e é pai É tudo e é nada / o povo e ninguém Não é de fora que a nave vem É de dentro do peito que a nave sai Não é de fora que a nave vem É de dentro do peito que a nave sai ( ) Respirar, navegar é coisíssima igual O ar que ri é o fogo da nau No vale profundo que geme em nós Reside o casulo do cavalo alado Na rainha-mãe ou no pobre coitado Ali se espelha a centelha do gás Se é moça ou rapaz, ancião ou criança A chama não cansa de dançar a dança