Mourão de Porteira Lá no mourão esquerdo da porteira Onde encontrei você pra despedir Tem uma lembrança minha, derradeira É um versinho que nele escrevi Você, eu sei, passa esbarrando nele E a porteira bate pra avisar Você não sabe que sinal é aquele E nem sequer se lembra de olhar E aqui tão longe eu pego na viola Aquele verso começo a cantar Uma saudade é dor que não consola Quanto mais dói a gente quer lembrar Você talvez não saiba o que é saudade Uma lembrança você nunca sentiu Pois esquecer as vezes tenho vontade Essa vontade o meu peito feriu. No dia que doer seu coração Tal a saudade que eu tanto senti Você, chorando, passa no mourão E lê os versos que eu nele escrevi Cifrada por Roberto Crescioni [email protected]