Ê moleque! Nascido e criado no morro com os pés no chão Que abrigou desde cedo o samba no coração Que sonhava em brilhar com a bola No pé como todo bom brasileiro Mas falou mais alto a paixão Pelo som do cavaco, tantã e pandeiro Ê moleque! Fez da escola de samba O seu habitat natural Sempre ouvindo na velha Vitrola fundo de quintal Samba de Almir Guineto E mestre Aniceto, Marçal e candeia E as belas canções que nasciam Debaixo da tamarineira Que ainda menino foi pra madrugada Conhecer os dois lados dessa caminhada Batendo de frente Até com a família Por causa do seu ideal Confiante o menino seguiu seu destino Vivendo entre o bem e o mal Muitas vezes sem o dinheiro do pão Mas sempre com seu cavaquinho na mão E o sonho de ver o seu samba Brilhando na televisão Esse moleque sou eu O que eu plantei floresceu Confesso não foi mole não Meu sonho quase se perdeu Prevaleceu minha fé E venha o que vier Sigo de cabeça erguida Nessa caminhada sofrida Esse moleque sou eu Muito obrigado meu Deus E a todos que me deram a mão Toda essa luta valeu Eu hoje canto feliz Salve os moleques de todo esse meu pais

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