Intro: Tinha uma história que nunca contava, trazia um quarto fechado no olhar, E uma viagem que planeava, mas não começava para nunca acabar. Tinha um sorriso guardado em segredo, mas não sorria para não o contar, tinha uma chave que fechava o medo, nalgum arvoredo onde não queria entrar. E quando a noite já ia serena, disse-me a Am frase mais terna que ouvi: Valeu a pena. Mesmo que o fim da aqui. E quando a noite já ia serena, disse-me a Am frase mais terna que ouvi: Valeu a pena. Mesmo que o fim da aqui. Tinha uma nuvem da cor do mistério, tinha palavras da cor do saber, tinha vontades de brincar a sério, mudar de hemisfério para não se perder. Tinha lembrança da cor do poente, tinha o poente inteiro no falar, guardava o sol no esconderijo ardente, tão quente, tão quente, já quase queimar. E quando a noite já ia serena, disse-me a Am frase mais terna que ouvi: Valeu a pena. Mesmo que o fim da aqui. E quando a noite já ia serena, disse-me a Am frase mais terna que ouvi: Valeu a pena. Mesmo que o fim da aqui. Trazia a paz de uma dor que se apaga, e um calor que se quer apagar, como quem grita do alto da fraga, que a vida nos traga distância para andar. Deixou correr o licor dos sentidos, até que o dia nos veio acordar, de mãos trocadas, de braços caídos, achados perdidos. E quando a noite já ia serena, disse-me a Am frase mais terna que ouvi: Valeu a pena. Mesmo que o fim da aqui. E quando a noite já ia serena, disse-me a Am frase mais terna que ouvi: Valeu a pena. Mesmo que o fim da aqui. Valeu a pena. Mesmo que o fim da história seja aqui.