Por que me fizeste espinho? E não madeira do pinho do corpo de um violão? Porque não a uva do vinho? Por que não o linho Que veste o amigo, o irmão? Que ser eu sou ! Tão mesquinho, todo eu, um desalinho Evitam-me, que solidão! Olha, lá vem um soldado Todo ele armado Faz de mim uma construção Estava em meio às urzes ali vejo três cruzes Levam-me em uma só direção E me põe na cabeça de Cristo, será que nasci pra isto? Coroá-lo em humilhação? Não foi de ouro Sua diadema, que o mundo adore e tema Ao Rei em Sua paixão. A grandeza se fez pequena Ele pagou minha pena E da morte fez ressurreição!