Trago comigo o rimado das águas Trago, a nado, o frescor que elas têm Trago dos ventos um bonito recado Trago a memória de terras além Trago a fumaça de estranhos folguedos Trago as cinzas de quem um dia partiu Trago na alma os mais loucos segredos Trago uns estragos de um tempo hostil Trago mais que tudo uma saudade imensa Que me faz mais intenso que tudo isto aqui Uma saudade de filho, uma angústia densa Na ânsia de voltar para onde devo ir Trago e levo o que nasceu comigo A mais profunda ânsia de tocar o céu De ter o abraço do meu maior amigo Ao romper da matéria, ao rasgar do véu!