Tanta vontade de viver, tanta sede Abraçar tudo ao mesmo tempo, sorver toda a vida Conquistar o romance sem lhe dar a menor Chance de se defender Da lança falada que rasga Tudo o que acha Transbordar poesia Palavras como torrentes enchendo mares de alegria Compor os versos mais lindos e geniais Que fariam inveja até a imortais E encheria de paixão Os desavisados Parir esta vida que dói demais e longamente E quando ela nascer Olhar seu rosto, suspirar de alívio Suado, exausto E feliz por ter conseguido Não cabe em mim, não queria que fosse assim Não vejo alternativa senão expelir De forma contorcida e desajeitada Ignorante e descontrolada os pensamentos Que gemem e grunhem como tormentos Mostrando que estão aí Mas que se recusam descobrir Por isso os arranco de onde estão Dou-lhes formas, significado e razão E depois de descobertos, reconheço São belos