() Um dia eu ia andando pela rua, pelas janelas nuas, por entre os jardins sentindo falta de um remoto tempo, e vem o vento, sopra, faz imaginar aquele verde, aquele azul sereno, uma aquarela doce a cantarolar Que chega o tempo dos dissabores, tempo sem cores devagar e chega um tempo cheio de horrores e o medo cresce e dói pensar eu vejo a vida, vento, que segue o tempo, eu tento, não tenho berço e tento sempre a chorar () Meninas ricas cantam suas vitórias, o medo compensado em um carmim mas olhos tristes andam pela rua, se entregando à noite sem pestanejar não sei se amargo, um fardo roxo e pardo do meu lado e eu nem pra olhar Que chega o tempo dos dissabores, tempo sem cores devagar e chega um tempo cheio de horrores e o medo cresce e dói pensar eu vejo a vida, vento, que segue o tempo, eu tento, não tenho berço e tento sempre a chorar