Na estância das casuarinas Eu fiz minha fama de mau Por deixar os aporreados Salinos de tanto pau Sou domador e me gusta Montar de em pelo ou no arreio Pois quando salto pro lombo Nem com promessa eu me apeio Meus amuletos campeiros É que me dão proteção Um par de esporas de aço E um mango firme na mão Fui criado nesta lida Que hoje me dá o sustento Não é de agora que eu monto Já faz um lote de tempo Vivo grudado no lombo Desses veiacos malinos E é num pulo de potro Que eu traço o próprio destino Se um louco salta berrando Cravo a espora e não me espanto E o mango bate cruzado Como quem benze quebranto Tenho a alma de palanque E o coração que é maneia Por isso essa afinidade Com bicho que corcoveia