Afinação: Eu moro num campo triste, onde o rio faz um remanso Toda tarde eu penso a vida, no terreiro do meu rancho Olhando lá no banhado, jaburu parece ganso Codorna pia macio, e a perdiz pia de avanço ai... A saudade me aperta, desde a hora que eu levanto Deste pobre coração, o suspiro sai de arranco Quando me aperta nervosa, choro mesmo falo pranto Tenho fé de ser feliz, to sofrendo por enquanto ai... Quando queima a camparia, forma um fumaceiro branco Onde vem as andorinhas, pro verão de canto a canto Se estas andorinhas falsas, que faz ninho no barranco Eu divido a flor roxa, no brilhar dos pirilampos ai... O que mais me aborrece, é quando aflorece os campos Encosto a velha canoa, amarrada no barranco Fico na porta do rancho, sentadinho no meu banco Passo as mãos de vez enquando, nestes meus cabelos brancos ai...