Intro: Da cidade baixa pra cidade velha Nada se dispersa tudo se disfarça E quando aceitar onça miada acerta Máscara que testa a mais cara mancada Tampa de bueiro é rede que me resta E por essa fresta quase tudo passa Só não passa o preço de acordar sonhando Pra dormir ligado, esperto e sem pirraça ( ) ( ) No tempo em que corria atrás de falsas pratas Topei com alguns trabucos, armas luminosas Provei das medicinas do amor, da prosa E não virei às costas nem neguei escolhas Já me disseram que eu era de alma cigana Mas a estrada se acaba se a cabeça entorta Bebi da água do rio e fui enxergar a porta De um lugar erguido sobre as pedras Eu vou voltar Pro meu lugar que é casa divina, meus amores meu cais Eu vou voltar Por essa estrada eu chego até Minas, posso me aliviar Sou lá das serras, meu mar de terra, onde aprendi sonhar ( ) ( ) Rasteiras da vida atordoaram tantas canções já feitas Na beira da costa oeste eu vi o quanto fui marcar touca Soltei as correntes sem cair, razão pela qual pude encarar Que não dá pra negar quem te deu a mão nem quem te amou ( ) ( ) ( ) ( ) Volto para o campo pra cantar Assistir a roça amanhecer Onde a Caldêra vai virar Derretendo a tarde De que vale a grana meu senhor? Vale a testemunha de perder Tudo que julgava de valor Na cidade grande Volto para o campo pra cantar Assistir a roça amanhecer Onde a Caldêra vai virar Clareando a noite De que vale a grana meu senhor? Vale a testemunha de perder Tudo que julgava de valor Na cidade grande Eu vou voltar Por essa estrada eu chego até Minas, posso me aliviar Sou lá das serras, meu mar de terra, onde aprendi sonhar ( )