Por estes campos de invernadas da estância Sofreno o zaino bem em frente a uma tapera Onde cravada junto a sombra da figueira Uma cruz grande vai somando primaveras Cruz de galhos tão antiga quanto o tempo Que fez macegas crescerem pelo potreiro Junto às raízes, mesma terra qual semente Descansa em paz, com certeza, algum campeiro E os meus olhos, que viveram mananciais Hoje pararam, contemplando o arvoredo E um ventito, voa as asas do meu pala Chega soprando da cacimba algum segredo Int. Talvez um marco, delimitando divisas Numa fronteira entre a campanha e o céu Quantos andantes que cruzaram por aqui Em reverência ergueram a aba do chapéu E a cruz de galho, cata-ventos de um tempo Não gira tanto quanto o tempo que passou Pela campanha que se perde em invernadas Quantas mais cruzes o destino já cravou (E esses campeiros, que sob cruzes descansam Feito um angico, que nasce em fundo de campo Foram um cerne bueno e firme que tombaram Pois nem o cerne da madeira dura tanto) ( )