Intro: Num cansaço de antigos caminhos Légua e pico da velha cidade, Vejo os restos da Vila Carinho, Junto ao rancho da minha saudade. Pra este rancho da idade do pago, Velha feira de sonhos perdidos, Uma gaita e um pinho, a lo largo Me cincharam pra lá pelo ouvido Bem silhão mal quinchado, no entanto Emotivo resmunga cantigas Pela mão guitarreira de um pranto que rebrota de angústias antigas. De afinada a garganta um cantor É o sabiá mais terrunho da pampa Que, pajando em seus versos de amor, Organiza algum sonho e se acampa. Machucadas, as taipas espiam Impassíveis o tempo fiando Outras vidas, que já se desfiam Sem querer nesse eterno ficando. Há um pedaço de espelho oitavado Simulando pedaços de vida, que representa pra algum mal-domado relembranças de há muito dormidas. Entreverado com poeira e fumaça, Com cordeona, guitarra e cantor, Ele agarra a primeira que passa E lhe faz mil promessas de amor. Quer casar e procura na vida Quem saindo se esqueça dali, Dando à vida trigueira mais linda Pra povoar um chacrão de guri. Provocada a saudade rebrota E as "bonecras" de azul - eu me lembro - Retornando ao meu tempo, um setembro De guri copador e mutuca, Pós-graduado naquela arapuca Que ensinou-me a viver sem bravatas E a gritar sarandeando alpargatas. - Sou crioulo da Tia Maruca. -