Triste, sozinha, desprezada, A vi esta madrugada Sair de um cabaré Fraca, mostrando que a sorte, Destruiu todo seu porte Sem lhe dar vez, Magra, vestida sem aprumo, A exibir sem rumo, sua nudez, Parecia um quadro sem valor, Mostrando sem pudor, seu corpo sem calor Eu que a tudo sempre resisti, ao vê-la assim, fugi, Pra não chorar. E pensar que há alguns anos, foi minha loucura, Que levou-me até a traição, Sua formosura Isso que hoje é um cascalho, foi a doce criatura, Que me fez chorar de amor, E perdi honra e nobreza, envolvido em tal beleza Me fiz mau e pecador, E fiquei sem um amigo Que vive só e sem fé, Que me teve de joelhos Sem moral, feito um mendigo, Quando se foi. (Nunca, pensei que a veria Perdida, abandonada Como hoje a encontrei. Veja, se não é pra suicidar-se, Que por esse trapo inútil, Seja o que sou... Fôra, vingança cruel do tempo, Que nos faz ver desfeito, O que se amou,) Esse encontro me fez tanto mal, Que só por me lembrar Me sinto envenenar, Esta noite eu me embriago sim, Eu bebo até o fim, Pra não pensar... Obs.: Os versos entre parênteses não são cantados na gravação de João Dias Cifrado por Roberto Crescioni Junho/94 - [email protected]