Boca do brete, quase um desaforo Meu florão de mouro em posição de tango! Do outro lado, um doradilho oveiro E um boi ligeiro, cruzado a poliango Não afroxemo, nem que a vaca tussa Essa escaramuça é pra quem é de campo Pedimo porta, e nessa condição Vem junto a bênção do meu pago santo A polvadeira se ergue num manto E o pataleio estremece o piso Tenho na rédea tudo que preciso Me bota um liso, pouco mais que um tanto! Empurra o cavalo pra não raboná Não se facilita, de cruzá por diante Que do meu lado não cospe pra trás Aperta no más, que a raça garante! Eu quero ver, retomar na sombra Onde o boi vira, nós viremo junto Já que tratemo assim, do mesmo assunto Campo e cavalo, guitarra e cordeona De lá pra cá, só cambiemo o lado De mete o cavalo e escorá o novilho Herança terrunha, que de pai pra filho Vai fazendo escola neste chão sagrado Crioulaço e pico de cruzar por riba De trompear um touro só por gauchada Carrego confiança no encontro do mouro E um sonho de ouro nessa paleteada Eu quero ver, retomar na sombra Onde o boi vira, nós viremo junto Já que tratemo assim, do mesmo assunto Campo e cavalo, guitarra e cordeona