Faz tempo que eu ando sem tempo de ir num rodeio Sem falta, amanhã bem cedinho volteio o gateado Atraco-lhe um toso a capricho, adelgaço e casqueio Pois um dos prazeres que eu tenho é andar bem montado "me agrada" ensebar o preparo, lavar os baixeiros, "passá" uma guanxuma no laço e "deixá" bem armado, Polir as esporas e o freio - que o homem campeiro, 63 50 52 Embora criado em mangueira, não é relaxado! E "bamo" mandando-lhe corda, que a vida é só uma; A minha eu respeito, conservo e "inda" faço bom uso... Largando com sobra de pingo, o resto se arruma, E a trança, viaja e se aninha nos dois "parafuso"! Eu vou pro rodeio, mas deixo o serviço bem feito: Na estância um caseiro e o gado ficou campereado... Não é tão difícil a vida de um homem direito E quem anda certo não foge do próprio passado O meu doze-braças alterna perdidas e ganhas Mas todas são boas lembranças que vêm à memória O tempo nos mostra o caminho de formas estranhas E só quem aceita a derrota merece a vitória