Introd. A noite parece tão promissora, luzes por todo lugar Decotes, sorrisos, sussuros: cheiro de conquista no ar E eu aqui sozinho tentando fazer esse isqueiro funcionar Parando em frente a porta do paraíso, mas sem vontade de entrar Os astros cheiram o pó das estrelas e as trombetas estão soando É no céu que se morre de tédio, os anjos estavam blefando Eu conheci a mais bela vingança, vestida de noiva no altar Parado em frente a porta do paraíso, mas sem vontade de entrar Essa é pra quem Deus não respondeu Essa é pra quem o tempo esqueceu Essa é pra quem não renasceu Essa é pra quem jogou... e perdeu Essa é pra Paulo Cezar que fez a mala e sumiu de vista Essa é pra Marta que pulou da janela de um 8º andar na Paulista Eu ouvi os sons da dor e da fúria mudarem de lugar Parado em frente a porta do paraíso, mas sem vontade de entrar Essa é pra quem brindou ao destino e ao vento traiçoeiro Essa é pra quem nunca entendeu o exato valor do dinheiro Eu vi a areia do tempo entre meus dedos escorregar Parado em frente a porta do paraiso, mas sem vontade de entrar Mas não há porque sentir vergonha do ponto onde chegamos Sobreviver é uma forma de arte na rua onde nós moramos Não há sede que se possa aplacar, nem sonho que se queira sonhar Parado em frente a porta do paraíso, mas sem vontade de entrar Se certifique das suas intenções quando for preencher o papel Pois é você quem carrega a bagagem no corredor deste velho hotel Aqui não há serviço de quarto e talvez você tenha que ficar Parado em frente a porta do paraiso, mas sem vontade de entrar Essa é pra quem Deus não respondeu Essa é pra quem o tempo esqueceu Essa é rpa quem não renasceu Essa é pra quem jogou... e perdeu