Não venho de muito perto E pra bem longe é que vou... Eu chego quando anoitece, Quando amanhece não estou. Quem tem lado é boi de canga E alpargata é quem não tem, "Às vez" eu tenho de sobra E volta e meia eu ando sem. Pras manhãs de lida e sol, Rodeio parado a grito, E pras tardes de garoa, Café preto e bolo frito. Folcoreando, folcloreando... Sigo assim de um pago a outro, Chacarereando "pras moça" E tirando "cósca" de potro. Errei um pealo certeiro, Botei a culpa no laço... Depois d'uma noite bailando, Fazendo força no braço. Eu tenho um poncho de napa E um par de bota de goma, Pra "domá" em dia de chuva, Porque potreiro não doma! Te trago minha saudade, Meu "zóinho" de coruja, E uma mala de garupa Pesada de roupa suja. Quando eu morrer, façam fárra, Não quero ninguém chorando. Pra que eu siga, tempo adentro, Folcloreando, flocloreando...