Júlio é um cara que nasceu na Zona Norte E ele tem um porte De senhor respeitável Sempre sua tara foi fazer somente esporte Mas ele não deu sorte E virou um invejável Advogado respeitado, sua sina na tribuna é vencer Ele defende inocentes, traficantes e o que der pra defender... Júlio acorda cedo, pega onda em sol nascente E vai pro batente Com gravata e alma lavadas Mas nunca está inteiro: uma alma; duas mentes A falta que ele sente A lacuna do nada Resignado, conformado, todo dia ele passou a defender O seu salário, honorários e os horários que o chefe resolver Bem que ele quis 2x Do seu jeito ser feliz E, como a gente diz, Ele quer por os pingos nos is Júlio faz análise, mas acha que é besteira É como enceradeira Roda e não sai do lugar Júlio tem suas fases, de achar furo em peneira Fase Tarcísio Meira Fase moço do lar Não é casado, separado, nem tarado, ainda pensa o que vai ser Mas sua crença é imensa, a doença ele vai ter que reverter Júlio pensa grande, quer ganhar dinheiro a rodo Pra largar este engodo E viver de surfar Júlio foi um fã de Xuxa, Chaves e do Bozo Hoje acha estiloso Ver o Lenine tocar Descontraído, divertido, comprimido ele toma por tomar O seu destino de menino é o desatino de sonhar sem conquistar Bem que ele quis 2x Do seu jeito ser feliz E, como a gente diz, Ele quer por os pingos nos is Júlio, todo ano, vira o ano com a promessa De mudar tudo à beça De fazer o que quer Entra ano sai ano, paranóia que não cessa Ele nunca sai dessa Labirinto de Creta O minotauro é otário e. é claro, não é páreo pra você O seu segredo é não ter medo de ser sempre um arremedo de viver