O Bira tá pê da vida ?rumou uma intriga Indo ver Margarida Sua mulher antiga Logo hoje que a briga Seria resolvida Lhe deram um sacode Na porta do samba ao som de um pagode Ali ninguém acode Dois homens em um Dodge Mas com Bira ninguém pode No boteco da esquina Ligou pra menina Disse: ?Eu não vou mais Depois a gente sai Sou um cara de paz Mas dessa vou correr atrás? E Bira foi no barraco Saiu armado, disposto a tudo Sentindo-se um pouco fraco Tomou traçado com ovo e tudo Chamou os cara da rua e numa perua foram rodar a briga só era sua mas carne crua tem que queimar na cabeça sua razão é que nossa polícia nada reprime e Bira pensou como ela: ?bandido volta ao lugar do crime? Na porta do tal pagode um segurança tentou o barrar e Bira disse: ?Tô armado e quero ver quem vem aqui tirar? Eô, eô, eô Não é que os caras tavam lá BisA A dupla que ganhou, ganhou Bira lá em Irajá Bira deu só dois tiros No ouvido, no umbigo Nem deu pra ouvir gemido De nenhum dos bandidos Que foram removidos Dali por seus amigos Jogaram eles no carro ?cenderam um cigarro Cobriram eles de escarro Bira disse: ?Eu amarro! Eu cubro eles de barro Jogaram eles no carro ?cenderam um cigarro Cobriram eles de escarro Bira disse: ?Eu amarro! Eu cubro eles de barro O que eu sujo eu mesmo varro? Fizeram a desova Cavaram uma cova Jogaram lá as provas Polícia é uma ova Dos homens nada sobra Sob o céu de lua nova... E como ainda era cedo Bira ligou para Margarida E disse: ?Minha querida, Agora podemos nos encontrar? Mas a menina disse: ?Bira, Você não imagina o que me aconteceu Meu primo foi lá no samba Levou um tiro e dizem que morreu? E Bira ficou calado Ele não sabia o que falar Ele tinha matado Primo da mulher que escolheu pra casar Um amigo disse: ?Some!? Certo que seu nome amanhã estaria Na boca do povo lá fora, Na Última Hora, no jornal O Dia Eô, eô, eô Não é que o nome tava lá Bis Foi Bira quem matou, matou Ele precisa se entocar Bira foi morar longe Lugar que se esconde Não vai carro nem bonde Ninguém sabe onde Nem mesmo por qual nome Hoje Bira responde E a pobre Margarida Desaparecida Vive entristecida Pela paixão perdida Também vive escondida Pois se esconde da vida Mas na lenda de Irajá Comentam por lá Que um dia se encontraram E o filho que geraram Tem nome, rosto, corpo Iguais aos do primo morto