() Ligaram pra mim Esta tarde e disseram assim (13)) “Tem alguém na janela dependurado, querendo se matar.” Mas como assim? Se ninguém tá em casa além de mim? (13)) “Isso mesmo, senhor, que eu vim ) avisar: é o senhor que está ali.! Fui até lá Para ver quem queria se jogar Encontrei só o vento a soprar E o telefone a tocar, de novo Pus-me a gritar Lá de cima, do nono andar: “Quem aí embaixo quer me assustar?” E me fazer de bobo? Lá pelas três Um barulho me fez acordar Era um corpo, que, ao se espatifar, Me arrepiou todo Vejam vocês Telefone tocou outra vez Avisando que, se eu ia pular, ) Então só podia ser meu o corpo Fui no playground E cheguei bem mais cedo que o jornal Pra saber se o presunto era o tal O tal morador novo Pois eu mudei Acho que faz menos de um mês Que loucura, logo eu pensei Já me acham um estorvo, por morar ali Fui lá olhar E o meu peito pediu pra parar De bater quando vi morto lá No meio do povo Sim, era eu Mas nenhum morador percebeu Nem o síndico, que também desceu Medo de ser deposto Lá pelas seis Rabecão me levou e já era E eu fiquei sem saber a capela Do adeus deste morto Vejam vocês Telefone tocou outra vez Pra avisar que eu seria enterrado Mas, desta vez, tava ocupado.